Como identificar nematoides fitopatogênicos na minha área?
*Editorial por Tatiane Cheila Zambiasi e Drielly Antero Barbosa
Atualmente o mundo inteiro sofre com a presença desses fitonematoides, ocupando o segundo lugar em número de espécies já registrado (Embrapa, 2007). Os levantamentos são aliados imprescindíveis para a avaliação de danos e prejuízos causados em culturas de interesse econômico para o mundo como a soja, milho e algodão.
Como a produção vem crescendo e novas áreas sendo utilizadas, a disseminação desses patógenos vem sendo preocupante, podendo destacar as principais espécies de nematoides que causam perdas significativas na produção agrícola: Heterodera glycines, Pratylenchus brachyurus, Meloidogyne javanica, Meloidogyne incognita e Rotylenchus reniformes.
Os nematoides penetram no sistema radicular reduzindo a absorção de nutrientes provocando a queda na produtividade e qualidade dos grãos. Principais sintomas são a existência de reboleiras nas lavouras, as vezes podendo ser particular ou específicos para cada espécie, sendo observado na parte aérea das plantas e raízes. No primeiro caso há anomalia da planta, desenvolvimento lento, manchas na lavoura (reboleiras), instabilidade nutricional, murcha nas horas mais quentes, baixas produções e outros. Nas raízes más formações, poucas raízes secundárias, rachaduras e dentre outros.
O diagnóstico é de suma importância para saber qual espécie, quantificação e para não se confundir com deficiência nutricional, compactação do solo e fitotoxidade de defensivos, que podem demostrar os mesmos sintomas da parte aérea. A forma mais eficiente de diagnosticar é fazendo a amostragem de solo e raiz nas épocas corretas, que ajudará na tomada de decisão para as safras subsequentes.
O método para a coleta de amostras de solo e/ou raízes para análise de nematoides consiste em coletar as amostras com umidade natural, nem muito seca nem muito encharcada. As amostras da área devem ser feitas caminhando em ziguezague e abrindo o solo em forma de V, da superfície até 25 a 30 cm de profundidade com aproximadamente 500 gramas de solo e 10 gramas de radicelas para cada amostra composta. Ou, coletando em reboleiras na área. Após a coleta, enviar as amostras o quanto antes, para o laboratório, e não deixá-las expostas ao sol direto, ou mantê-las em local onde possam se aquecer demasiadamente.
Atualmente, a dificuldade de amostrar em grandes áreas vem diminuindo graças às tecnologias implantadas no campo através fotos de satélites e imagens de drones. Essa ferramenta possibilita a identificação das reboleiras e sua dimensão facilitando a locação dos pontos de coleta por coordenadas geográficas, e podendo reduzir quantidade significativa de amostras ao definir mapas e demarcações precisas de cada área e talhão infestado.
As imagens a seguir mostram algumas fotos de drone, onde é possível verificar a presença de reboleiras.
Ensaio de algodão com reboleira de Meloidogyne incognita (azul) e na segunda foto ensaio de soja com reboleira de Meloidogyne javanica (amarelo) e Heterodera Glycines (vermelho).
O processamento das amostras é feito através de metodologias existentes, onde é identificado gênero, espécie e ainda quantificado no solo e na raiz os indivíduos encontrados. A AgroLab faz parte de um grupo de pesquisa chamado GREN-MT que estuda, pesquisa e atualiza conhecimentos para a melhoria da qualidade do serviço de análises.
Uma correta amostragem gera um correto diagnóstico, que reflete na assertividade do manejo!
* Tatiane Cheila Zambiasi e Drielly Antero Barbosa pertencem ao Laboratório Agrolab, parceiro homologado da Biotrop para a realização de análises laboratoriais de raiz e solo. Artigo escrito com exclusividade para a parceria.